Juma é uma linda cachorra de pelos encaracolados, olhos
cor de mel e orelhas compridas.
Nos seus olhos vejo um grande amor... Um amor que transcende
a vida, ela é alegre e carinhosa. Adora brincar de coça-coça, de apanhar
vareta; eu jogo e ela corre pra apanhar.
Trouxe-me muita felicidade a minha convivência com a
juma, ela é como uma pessoa da família. Mas a maior alegria é ver a felicidade
nos olhos dos meus filhos quando brincam com ela, ouço as risadas e os latidos.
Estamos juntas faz tempo, doze anos precisos, mas toda
vez que nossos olhares se encontram parece que vivemos juntas uma eternidade.
Aquele calorzinho que sentimos em nosso coração quando amamos alguém, conforto
e sensação de paz, sinto isso toda vez que olho parra os olhos cor de mel da
Juma.
Felicidade mesmo foi quando a Juma teve sua cria: uma
cadelinha pintada de branco e preto, recebeu o nome de Judith, olhos meigos,
mas levada da breca. Logo estava pela casa comendo chinelos e brincando com
todos.
Juma adora nadar! Entra na agua e sai a nadar, toda cheia
de pose. É calma e serena, toda tarde tira longos cochilos na sombra do
limoeiro que temos no quintal. Gosto de conversar com ela, estica as orelhas e
me ouve, às vezes responde com latidos. Eu gosto de música e de cantar, toda vez
que canto... Há! Eu tenho companhia, a
juma uiva... Uiva sem parar.
Hoje é um dia triste faz um ano que minha cachorra
morreu, estou escrevendo este texto como se ela ainda estivesse aqui. Prefiro
assim, lembrar-me dela viva e esperta. Escrevo este texto para homenagear minha
doce cachorra... Ela morreu, desencarnou... Subiu para o andar de cima, como
disse uma amiga.
Minha
filha chorou muito e fez o enterro. Não consegui enterrar a minha amiga, foi
sepultada debaixo de uma grande árvore. Chorei muito... Ela deixou um grande
vazio, ainda ouço seus passinhos de cachorra pela casa. Escolhi pensar que ela
foi para o céu de cachorros, lá tudo é muito lindo, muita grama e flores,
vários pés de limoeiro para ela tirar suas sonecas, riachos com águas fresquinhas
e ossinhos pra ela roer, cachorros amigos para ela brincar.
Prefiro pensar que ela ainda é uma cachorra
feliz lá no céu dos cachorros, não quero pensar que seu corpo desintegrou virou
pó. Li outro dia uma poesia de Cora Coralina, ela dizia que o importante na
vida é o que vivemos com as pessoas, o amor que trocamos a ternura e o afeto.
Isso sim é o que fica! O resto é resto! Conjecturas, suposições... E escolhas.
Escolhi deixar a Juma viva no meu coração nas
minhas lembranças. E ainda sinto um calorzinho no peito todas as vezes que me
lembro dos seus olhos cor de mel e seu latidinho de cachorra feliz. Isso me faz
acreditar que ela foi uma cachorra com alma, e com aquele sentir que transcende
não importa se gente ou bicho, apenas amor!
Tina coelho
Lindo texto!!!!!!!
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