sábado, 30 de junho de 2012

Preto Velho


Uma noite e Um sonho...
Na figura de um homem negro
Meu preto velho apareceu.
 Pés descalços e canivete nas mãos,
Assustei-me!
E assim do nada ele resplandeceu...
 Uma luz de uma beleza sem fim.
 Um sentimento de misericórdia inteiro para mim,
 Senti sua compaixão.
Acordei com seu perfume de amor impregnado...
 Em minha alma e no meu coração!
Cristina Coelho

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Filosofando



O universo é mesmo um mistério!
O ser humano então... Longe de ser analisado,
Compreendido.
Um devaneio e uma observação.
Somos todos iguais, olhos, nariz, orelhas e coração.
Coração?
Dai nasce à indagação...
Deve existir uma válvula,
Feita de luz ligada ao coração, um material sutil e amoroso.
Entretanto depois de longa observação me veio à constatação,
Algumas pessoas nascem com pequenos defeitos nesta região.
Não conseguem se ligar pela energia amorosa... O coração.
A tal válvula meio entupida,  em outros totalmente obstruída.
Capazes de cometer as maiores atrocidades agem sem consideração,
Não conseguem estabelecer vínculos com os irmãos.
 Serão problemas com o fio de luz que faz a ligação?
Do amor a alma e o coração!
Continuo com a minha indagação!


Tina coelho

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Estrela


Uma
 Estrela
 Cadente
 Riscou o céu.
Um pedido...
Fazer só o que gosto!
Não me obrigar a sofrer
Mudar um padrão requer
Força de vontade e determinação!
Quem foi que disse que é preciso
Sentir-se incomodado e permanecer...
Posso simplesmente me retirar ou me recolher
Fazer diferente pode ser escolha inteligente
Uma nova maneira de viver!
Tina Coelho

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um céu para Juma


            Juma é uma linda cachorra de pelos encaracolados, olhos cor de mel e orelhas compridas.
            Nos seus olhos vejo um grande amor... Um amor que transcende a vida, ela é alegre e carinhosa. Adora brincar de coça-coça, de apanhar vareta; eu jogo e ela corre pra apanhar.
            Trouxe-me muita felicidade a minha convivência com a juma, ela é como uma pessoa da família. Mas a maior alegria é ver a felicidade nos olhos dos meus filhos quando brincam com ela, ouço as risadas e os latidos.
            Estamos juntas faz tempo, doze anos precisos, mas toda vez que nossos olhares se encontram parece que vivemos juntas uma eternidade. Aquele calorzinho que sentimos em nosso coração quando amamos alguém, conforto e sensação de paz, sinto isso toda vez que olho parra os olhos cor de mel da Juma.
            Felicidade mesmo foi quando a Juma teve sua cria: uma cadelinha pintada de branco e preto, recebeu o nome de Judith, olhos meigos, mas levada da breca. Logo estava pela casa comendo chinelos e brincando com todos.
            Juma adora nadar! Entra na agua e sai a nadar, toda cheia de pose. É calma e serena, toda tarde tira longos cochilos na sombra do limoeiro que temos no quintal. Gosto de conversar com ela, estica as orelhas e me ouve, às vezes responde com latidos. Eu gosto de música e de cantar, toda vez que canto... Há!  Eu tenho companhia, a juma uiva... Uiva sem parar.
            Hoje é um dia triste faz um ano que minha cachorra morreu, estou escrevendo este texto como se ela ainda estivesse aqui. Prefiro assim, lembrar-me dela viva e esperta. Escrevo este texto para homenagear minha doce cachorra... Ela morreu, desencarnou... Subiu para o andar de cima, como disse uma amiga. 
Minha filha chorou muito e fez o enterro. Não consegui enterrar a minha amiga, foi sepultada debaixo de uma grande árvore. Chorei muito... Ela deixou um grande vazio, ainda ouço seus passinhos de cachorra pela casa. Escolhi pensar que ela foi para o céu de cachorros, lá tudo é muito lindo, muita grama e flores, vários pés de limoeiro para ela tirar suas sonecas, riachos com águas fresquinhas e ossinhos pra ela roer, cachorros amigos para ela brincar.
 Prefiro pensar que ela ainda é uma cachorra feliz lá no céu dos cachorros, não quero pensar que seu corpo desintegrou virou pó. Li outro dia uma poesia de Cora Coralina, ela dizia que o importante na vida é o que vivemos com as pessoas, o amor que trocamos a ternura e o afeto. Isso sim é o que fica! O resto é resto! Conjecturas, suposições... E escolhas.
 Escolhi deixar a Juma viva no meu coração nas minhas lembranças. E ainda sinto um calorzinho no peito todas as vezes que me lembro dos seus olhos cor de mel e seu latidinho de cachorra feliz. Isso me faz acreditar que ela foi uma cachorra com alma, e com aquele sentir que transcende não importa se gente ou bicho, apenas amor!
Tina coelho


terça-feira, 26 de junho de 2012

Os dois...


Um médico e um louco,
De tudo os dois tinham um pouco...
Alegria, tristeza, dor, realeza.
Eram parecidos, embora fosse um que cuidasse do outro.
Havia uma troca... O louco levou a discrepância.
O médico a esperança, de encontrar explicação,
Para sua indagação...
 O que seria de um sem o outro?
Cristina Coelho

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Semear



É preciso espalhar...
Semear sem nada
 Em troca esperar!

Distribuir, espargir
Com a prosperidade
  Se entregar.

Entrega total
De corpo e alma
 E todo potencial.

Explodir como um foco de luz
Para tudo
E a todos atingir!

Atingir sem compromisso
Sem esquecer nenhum orifício
Somente... doar...

Compartilhar luz!

Tina Coelho

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Um Baú


A moça tirava o pó do sótão
Encontrou seu antigo baú...
Pintado com florzinhas... rosas e azuis.
Espanou de leve e o pó antigo se transformou em fumaça.
Desatarraxou a velha fechadura enferrujada e encontrou...
Um pedaço de papel amarelado, nele um coração borrado.
...Um poema de amor para sua mãe.
Meu deus! .  Há quanto tempo esta ali isso tudo guardado!
Um peão das brincadeiras com seu irmão, e seus risos soltos.
Uma pedrinha da pescaria com seu pai... pés descalço no rio
E a mão quente e firme dele a segurar a sua!
Rodinhas de um velho carrinho de rolemã...
E a lembrança de amigos gritando e sorrindo na descida da rua.
Um pequeno laço de sua cachorra.
Uma foto dela com primos e avós!
Uma carta de amor...
Mexeu remexeu e descobriu que seu
Baú era muito diferente...
Estava recheado de gente!
Tina Coelho