quinta-feira, 2 de abril de 2009

Anjos...Homael e Salatiel...



A noite dois anjos vieram me buscar...
Um rosa e um azul, saímos para passear....
voamos...vamos juntos pesquisar,explorar...

Conhecer este mundo, e a outros mundos...
...visitar, outras formas de ver , sentir e amar...
Saber as diferenças, entre aqui e acolá...

São lindos amigos, são mágicos comigo a voar...
...é lindo, é maravilhoso esse passear, olhar as árvores,
sentir o cheiro das flores, poder viver e amar...

Amar a liberdade de ser e de estar...aqui e acolá...
Sentir se livre ao saber, que somos todos libertos...
...da terra da morte...prontos para amar...

Respiramos a energia das plantas, que é mágica...
...e pode curar...o nosso corpo e a nossa alma libertar...
em qualquer dimensão, estaremos sempre em evolução...

Subimos...subimos...até as

estrelas,tudo agora cintila...
não para de brilhar...que mágico é estar aqui e acolá...
para em todos os mundos viver e amar.

De volta a cama ainda sinto me flutuar...
obrigada amigos anjos, pelo intenso viajar...
Viajem de luz onde se aprende a amar.

Cristina coelho

domingo, 18 de janeiro de 2009

Passarim...

Passarim...

Sou assim igual um passarinho...
sozinho...sozinho...

Ai...que eu quero um ninho, pra ficar bem quentinho,
quero comida no meu biquinho...

Sol brilhante de dia...chuva mansa à tardinha...e de
noite estrela e lua cheia.

Música de cachoeira...brisa mansa e solteira...sapo
coaxando...grilo cricrilando...

Cheirinho de flor...e um amor de passarinho...pra
nunca mais ficar sozinho...sozinho.

Cristina Coelho

sábado, 10 de janeiro de 2009

Tomates ao Lixo

A Menina é magra quase esquelética,
arrasta a chinela e mexe no lixo,
cabelo estorricado, sol do meio dia...

Procura tomates,mexe remexe...cata aqui e ali,
_Tá podre...tá bão! Repete sem ouvir.
Escolhe no lixo, os restos que todos deixam ali.

Mão na cintura, cara cansada, espera a amiga.
_Romilda vêm aqui...tá cheio de tumate bão !
Risos se ouvem, alegria de quem achou e compartilhou.

A menina tem pouco...casa velha, mãe trabalhadeira.
Com dificuldades tem comida na mesa, mas sofre...
Com a fome da amiga e de tanta gente na redondeza.

O lixo fede! Cheiro de podre...
Cheiro de gente...catadora de lixo,
sofrida e descrente !

As meninas correm de mãos dadas, risos soltos,
vão dividir, compartilhar...
Tomates ao lixo... que alguém acaba de jogar !
Cristina coelho

Dualidade



Sinto por perto uma cigana dentro de mim.
Louca, desmedida sem pressa, sem fim. Ela pode tudo!
Dançar, cantar, rodopiar...

Sem teto... só uma carroça,
Saia rodada e blusa de cetim,
Pele cheirosa... boca cheia de carmim.

Sem vergonha brinca, sorri... canta, se exibe...
Sente o prazer de estar aqui...
Cigana de vários amores, mas ela é a dona de si!

Há... mas sem demora, a vista se torna nebulosa e aparece uma santa...
Vem incorpora! Apossa-se de mim!
A obreira a padroeira que aparece... E faz a cigana sumir!

Tira tudo... se cobre com o manto do pecado, do pudor da mesura do desamor.
Santa que insiste em aparecer. Vêm fazer sacrifícios, penitências, desavenças...
Só a dor sentir.

Roupa podia cheiro de naftalina, casa de pedra, boca enrugada,
Cara lavada, sem viço...
...seca, paralisada! Só para não sentir.

Coisa suja e crua essa santa nojenta...
Que saia de mim! Esconjuro-te... Desapareça!
Para que eu não enlouqueça... deixa a cigana surgir.

Há... vem cigana...vem cantar, vem dançar...
Acende a fogueira, toca o pandeiro... gira...rodopia...sem coreografia sem senso. Atira flores aos homens, inveja as mulheres.

Brota por dentro que nem acalanto, trás o gozo inebriado sem pecado.
Lê a sorte... mostra riqueza
...grandes amores, poucos dissabores.

Há... mas vem logo, vem tomar conta de mim !
Antes que eu enlouqueça e essa santa maldita apodreça...
...dentro de mim!

Cristina Coelho