Na vila onde eu morava era assim todo dia
morria um anjinho...
Não havia água encanada nem luz elétrica,
privada só de buraco.
Pouca comida, crianças com pé no chão e
com lombrigas.
As senhoras mais velhas pediam que
colhêssemos flores e um ramo chamado bambuzinho...
Para enfeitar o caixãozinho dos bebes que
morriam.
Uma pobreza sem fim...
As brincadeiras eram subir em árvores,
pegar caquinhos e fazer uma casinha.
Lembro-me de um menino que pegou um urubu
amarou a perna dele na cerca e todos ficavam brincando com o dito cujo.
Uma amiga catava lixo...
Meu irmão caçava rãs e fritava pra gente
comer
Minha mãe buscava água na mina
Meu pai apanhava lenha no mato pra
cozinhar
E
eu menina de cinco anos sonhava em morar em cima de uma árvore
Um pé de amora, viver olhando os
passarinhos e comendo amoras.
Cristina coelho
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