Loucura

E quando acaba...vem a senhora realidade e puxa o tapete!

 É de volta ao pó...

De volta à terra...

Que reconhece a sua insignificância.

O seu pequeno poder o seu querer...

Só como loba...lambe a sua ferida!

Come a sua loucura...

É solidão seu destino.

Só solidão que rasga...

Que traga e vive!

Tina coelho

Seu gosto

E sem saber como seria seu gosto...

Imaginou ser a chuva fina que caia sobre seu corpo.

Molhando seus cabelos...

Sua pele...

Suas roupas.

Sentiu o gosto dos pingos de chuva que escoriam pela sua face...

E desciam até sua boca indo de encontro com sua saliva...sua língua!

E sem saber como seria seu gosto...

Adormeceu no travesseiro de cetim cor de rosa!

Tina coelho

Deusa

Houve um tempo em que me dediquei a arar a terra seca e árida...

Na soleira da varanda esperei paciente a chuva...

Ela veio depois de muito sol e seca.

Chegou com um vento rasante sem trovoadas...

...forte...constante.

E numa manhã de domingo meu pé de pitanga amanheceu florido!

E todas as sementes que plantei germinaram...

E pude me deleitar com o néctar da vida!

Visitar a casa da minha Deusa!

Tina coelho

Passarinho

E quando se descobre que além das outras pessoas...

Do sistema político, das estruturas de funcionamento.

Existe um indivíduo ...que está aqui aprendendo a viver...a fazer escolhas.

E que por trás de tudo existe um processo histórico, um processo evolutivo...

Destinado a nos fazer reconhecer e observar...A Vida!

Para isso é preciso desenvolver sensibilidades...compaixão...misericórdia…Amor incondicional...

Amor de passarinho!

Ai... assim... assim...com asinhas tortas começamos a voar de mansinho.

Tina coelho