Sara
atravessou a rua com pressa, entretanto não pode deixar de observar o casal de
namorados se atracando entre beijos e abraços na mureta da esquina de sua casa.
Uma
casa antiga onde ela mora com suas amigas Dulce e Maria, entrou com cuidado
para não fazer barulho. Ela é uma pessoa assim, contida, preocupada com os
outros, sempre pensando primeiro para depois agir. Atravessou a sala vazia,
entrou em seu quarto e fechou a porta com chave, arrancou as roupas e os
sapatos e deu de cara com sua imagem nua no espelho.
Sentiu
a tristeza de sempre, as mesmas celulites, os mesmos seios pequenos, pensou no
casal de namorados. Há quanto tempo não namora...um ano...dois anos...? Nem se
lembra ao certo quanto tempo faz que não beija. Mordiscou os lábios, beijou a
mão fingindo um beijo e se atirou na cama desconsolada.
Depois de horas presa no casulo da tristeza
decidiu colocar uma música para ouvir. Aquela música conhecida que ela tanto
gosta começou a trazer lembranças de uma época em que ela não se preocupava com
os outros, um tempo de decisão e aceitação.
Dançou
e dançou...inebriada pela música, uma possibilidade de fazer diferente adentrou
seus poros. Foi então que imagens vultuosas tomaram conta de sua mente, dançava
em uma festa animada um ambiente luxuoso cheio de pessoas bonitas, e ela
totalmente tomada pela alegria de viver. Um homem lindo e elegante atravessa o
salão e a convida para dançar, ela aceita e bailam com tanta delicadeza e elegância
que todos param para admirar.
Enquanto vaguei pela ficção, seu celular
insistente, emite aquele barulhinho de mensagens.
Com um resmungo abafado olha a tela ...
Um amigo antigo mandou um olá... seguido de
...quanto tempo...
Saudades...
Quer
sair para dançar ??
Comemorou
com uma risada estapafúrdia, daquelas que a gente dá quando não se preocupa com
as outras pessoas.
Entrou
para o banho pensando feliz na possibilidade de beijar e beijar…e beijar
muito!!
Tina
coelho
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