sábado, 19 de abril de 2014

Aniversariar



Adoro fazer aniversario... Quanto mais o tempo passa mais aumenta a alegria de aniversariar... Lembranças da minha infância enchem meu coração de alegria ao lembrar aquela que tanto fez para me homenagear... Minha mãe ,Tereza Pio, comemorava todos os meus aniversários com bolos, docinhos e tudo que podia e tinha condições para me alegrar. Lembro em especial de alguns... Sete anos, um bolo lindo em forma de chapéu, com muitas latas de k-suco e canudinhos de doce de leite e olho de sogra... Dez anos, bolo de leque com fita cor de rosa, docinhos de leite e balas de coco tudo feito por ela. Minha mãe era uma eximia doceira e quituteira de mão cheia, mulher de coragem e alegria inegável... Espaventada, forte, guerreira. O ultimo que passei com ela tinha bolo de abacaxi, rissoles de milho e batida de leite de onça... Quando completei dezoito anos, depois disso me casei e ainda passei alguns aniversários com ela, sempre me preparando alguma guloseima e radiante me contava todos os anos:
- Quando passei mal para “ganhar” você, estava sentada na praça comendo pipoca com a amiga, Marcia Abreu (filha do Abílio amigo dela de Guapé), ela dizia que você ia se chamar Brigitte Bardot e cantarolava a marchinha de sucesso da época. Mas, eu queria que você se chamasse Izabel Cristina como a protagonista da novela de rádio da época “O Direito de nascer”... E foi assim que escolhi o seu nome. O parto foi feito pela Sá Dionísia, parteira de nossa cidade, você mamou na Tia Alice e na Margarida do Zé Derfino. Seu irmão assim que te viu no canto da cama disse: Que linda vai chamar Bingo! (nome do inspetor de alunos da escola Dona Agostinha).
Há... Quanta saudade da minha mãe querida e do meu pai com seu violão, meu irmão com sua amizade, fui muito amada pelos meus, recebi todo carinho que uma criança pode ter beijos, abraços... Carinhos e mais carinhos, um amor sem fim.
Quando minha mãe faleceu surtei e comecei a buscar outra mãe para mim... Meu chão sumiu, fiquei sem referência... Enlouqueci... não conseguia ver o mundo e a vida sem ti minha mãe querida, devagarinho fui aprendendo a caminhar de novo...precisei de ajuda...uma moça inteligente chamada psicóloga me ajudou a viver sem ti.
Hoje quando aniversario só, comemoro sozinha, agradecendo aos meus pais pelo amor que me deram e sei que onde estiverem com certeza estão me amparando, acolhendo e me protegendo, como sempre fizeram.
E rezo assim como meus pais me ensinaram:
Obrigado senhor, porque tenho a vida... Jovial alegria sentida... Se eu nem um teto tivesse sozinha andando pelo mundo..., mesmo assim agradeceria obrigado senhor pela minha vida!
Gratidão aos meus pais por toda eternidade.
Cristina Coelho

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