Debaixo da soleira a chuva é fria e fina,
sempre chega de madrugada, mansa,
sem pressa nem piedade.
Deitado coberto com papelão, Roberto
senti o frio da alma, do abandono,
da exclusão.
A fome é de indigente, sem nenhum parente
para ajudar amenizar sua situação. Só a prece
faz esquecer : “ Louvado seja meu nosso senhor!”
De repente, na madrugada escura e fria aparece...
Alaor... com caldo quente e cobertor.
É milagre ou experência?
O que faz este sujeito abandonar seu ninho
quente, para vir na madrugada socorrer gente...
Sem casa, sem alimento... Indigente!
São lembranças, do abandono e da solidão!
De quando viveu na rua...
São feridas cicatrizadas em seu coração.
É que ele já recebeu...
um caldo quente e um cobertor.
De gente que só queria dividir o AMOR.
Cristina Coelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário